Por Abrahão
Scarcela
Em junho de 2010 foi criado o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). Em janeiro deste ano a agência S&P (Standard & Poor's) rebaixou o a nota do fundo de AAA para AA+, mostrando o aumento da desconfiança do mercado com a possível não honradez das dívidas. A principal conseqüência disto é o aumento da taxa de juros exigida pelo mercado para empréstimos ao fundo de estabilidade, elevando os custos dos empréstimos, dificultando a captação de recursos. A maior referência da Crise é a Grécia. Os demais países que se encontram em situação de alerta formam o denominado PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). A demora na solução da Crise afetou o Brasil.
A
falta de regulação unificada por parte do Banco Central Europeu impede o
controle das políticas monetárias, permitindo a continuidade dos erros. Caso o
governo não controle os efeitos da crise de maneira eficaz, a conta recairá
sobre os consumidores que passarão a diminuir sua demanda, acarretando diminuição
das receitas por partes das empresas, entrando a economia num ciclo de
estagnação. Caso isto ocorra, a demanda externa por mercadorias importadas
cairá. Como a Europa possui uma grande participação no mercado internacional
poderia alastrar a crise para os países fornecedores. (SCARCELA, 2011)
A
diminuição da demanda externa por produtos brasileiros
e a baixa do dólar afetaram o saldo da balança comercial. Muitos produtores
tiveram prejuízos. Houve um aumento das importações, muitos brasileiros puderam
viajar para o exterior, aumentando o déficit em Serviços, diminuindo assim, o
saldo em Transações Correntes.
O contexto econômico mundial trouxe consequências
para a economia local, pois o fato destes brasileiros trazerem em suas bagagens
“souvenirs” visando revendê-los no
país, causa diminuição da demanda por produtos nacionais.
Setores cearenses que possuíam hegemonia na geração
de emprego e renda, como o setor têxtil, perderam mercado para marcas como Hollister, Aeropostale, Abercrombie, de
fato originais ou “made in China” (sell on beco da poeira). As marcas
possuem sede nos Estados Unidos, portanto não geram emprego aqui. Estes desvios não são um “privilégio” do
mercado cearense, é uma enfermidade nacional. O que se verifica neste momento é uma diminuição
dos postos de trabalho em diversos setores.
Segundo notícia do jornal O POVO:
A geração de postos de trabalho na Região
Metropolitana de Fortaleza diminuiu, uma pesquisa divulgada na Secretaria do
Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) mostrou que fevereiro foi o segundo
mês consecutivo de ascensão do desemprego na Região. O total de desempregados
somou 153 mil pessoas. Só os setores de comércio e serviços tiveram um aumento
nos postos de trabalho totalizando 30 mil novas vagas (comércio gerou 22 mil, e
o de serviços convocou 8 mil). A indústria dispensou 12 mil trabalhadores, e na
construção civil houve uma redução de cinco mil empregos. Para Ediran Teixeira,
coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) a diminuição de postos de
trabalho na indústria ocorreu principalmente por causa da indústria têxtil e de
calçados, que vem sofrendo com a queda nas exportações. (publicada 29 de março de 2012, disponível em http://economianordeste.opovo.com.br/app/estados/ceara/noticias/2012/03/29/ce_interna,5095/desemprego-aumenta-em-fevereiro.shtml,
adaptação e transcrição próprias).
Nota: Abrahão Scarcela é bolsista do PET-Economia e
aluno do 7º semestres do curso de Ciências Econômicas-UFC
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